terça-feira, 29 de junho de 2010

Feijoada da Copa!



Convidei algumas pessoas, muito queridas de meu convívio, para assistirem ao jogo do Brasil contra a Costa do Marfim e para completar o clima da torcida fiz uma bela feijoada. A escolha do prato foi uma homenagem à África que nos legou essa gostosura que é paixão nacional e para completar a miscigenação do cardápio na sobremesa servi doces caseiros (abóbora, leite), goiabada cascão, queijo fresco e um delicioso café brasileiro tipo exportação. O Brasil ganhou e já passou a tempos das oitavas, mas embora muito atrasada, não poderia deixar de registrar aqui a receita minha obra prima. Fiquei vários dias, para variar, me consumindo de pensar nos ingredientes, quantidades, entradas, acompanhamentos e pelo menos uns 3 dias andei pela casa com um livro de receita adquirido em um sebo. O livro traz uma receita para 12 comerem fartamente, com tudo minimante explicado, mas como tenho uma enorme dificuldade para seguir receitas mudei a original, porém confesso que a minha me deixou imensamente satisfeita. Servi tranqüilamente, com a receita abaixo, a alegre e agradável torcida que recebi em casa, composta por 15 adultos e 8 pequenos de 2 a 7 anos.

Feijoada Magra
-1,5 kg de feijão preto;
-2 cebolas grandes;
-1 cabeça de alho;
-2 colheres de chá de louro em pós;
-800 g de paio;
-800 g de lingüiça portuguesa;
-1 kg de costelinha defumada;
-400 g de bacon picado;
-1 kg de carne seca (traseiro);
-1,5 kg de pernil defumado.
Na tarde anterior coloquei a carne seca e o feijão de molho, troquei 3 vezes a água da carne seca e a noite temperei o lombo de porco. Na manhã do almoço comecei às 8 a preparação do misan place, cortei as cebolas em cubinhos, soquei o alho no meu mega pilão. Tirei a pele do paio e da lingüiça, aferventei por 10 minutos e cortei em rodelas grossas. Fritei o lombo até ficar bem moreninho. Cozinhei a carne seca na pressão por uns 20 minutos e as costelinhas dei uma bobeada, ficou desmanchando, mas pela experiência e pela receita original 10 minutos em panela normal é suficiente. Lá pelas 10:00 coloquei uma chaleira no fogo com água e um caldeirão bem grande com o bacon e um pouco de azeite para fritar, a seguir coloquei os temperos e deixei frita bem. Fui colocando na seqüência e fritando o paio, lingüiça, carne seca, pernil, costelinha por último o feijão escorrido e água quente até cobrir tudo. Cozinhou lentamente por umas 2 horas, no final provei o sal e 10 minutos antes de desligar coloquei um copo de cachaça orgânica. Servi com arroz branco, couve na manteiga, caldo de feijão com coentro e bastante pimenta, farofa simples e agrião coberto com fatias de laranja e cebolas roxas. Ficou realmente muito boa e nem um pouco pesada, pois todos os ingredientes foram aferventados e, consequentemente, a gordura foi para o ralo. Estou esperando a final para decidir o cardápio e se for contra os hermanos vou fazer um churras.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dia dos Namorados!


Tudo parecia perfeito, fiz a reserva para sexta-feira dia 11 de Junho no Ristorante Mantovani para comemorarmos o dia dos namorados em clima para lá de romântico, deixamos as crianças com a babá e fomos para o restaurante numa noite fria e ideal para degustar um bom vinho. Dentro do restaurante estava um clima bem agradável e lotado de casais, porém percebi que os poucos garçons presentes corriam afobados como baratas tontas. Eu estava com uma sede insuportável, ninguém nos atendeu até quase meia hora depois que chegamos, chamamos o garçom que nos atendeu falando que dois outros faltaram sem avisar, resumindo demorou 40 minutos para eu tomar um copo de água. Fui poucas vezes ao Mantovani e em pouquíssimas vezes a comida estava a contento, mas na última vez, aniversário do Daniel presidente da confraria, a qual por sinal foi criada nesse jantar, estava boa então resolvemos arriscar. Não preciso nem falar que dessa vez a comida estava péssima, digo impossível de comer, eu pedi picanha de cordeiro com risoto de palmito e o Walner filé com risoto de açafrão. Devolvemos os pratos quase do jeito que vieram nunca comi um risoto com um ponto tão ruim, o arroz arbóreo estava desmanchando de mole e frio, já o cordeiro estava com uma aparência tão ruim que o garçom, muito simpático por sinal, não cobrou o meu prato. As batatas que acompanhavam o risoto de açafrão estavam com gosto de amanhecidas e o filé estava torrado. Ainda bem que o vinho, um merlot Uruguaio que eu não me recordo o nome, estava gostosinho e eu e o Walner estávamos muito bem e não deixamos o fiasco da comida estragar a nossa noite. O lugar é muito bonito e aconchegante, por isso que eu ainda insisto, mas acho que não darei outra chance, que pena... No sábado estava tão desolada com aqueles pratos que resolvi fazer risoto de gorgonzola com calabresa e para acompanhar uma saladinha de agrião com manga e nozes. Modéstia parte meu almoço ficou infinitamente melhor!

Risoto de Gorgonzola com Calabresa

1 medida de copo de requeijão de arroz arbóreo
1 cebola média
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de sopa de azeite
½ copo de vinho branco seco
2 punhados de parmesão ralado grosso
50 g de gorgonzola
¾ de um gomo de lingüiça calabresa cortada em cubinhos
2 litros de caldo de legumes quente (usei um sache de caldo de legumes sem gordura)

Frite a cebola em 1 colher de sopa de manteiga com o azeite e depois coloque o arroz deixando absorver a manteiga e ficar brilhante. Adicione o vinho e quando secar coloque o caldo de legumes aos poucos (1 concha por vez), a calabresa fritei em outra panela e depois juntei ao arroz e coloquei o gorgonzola. Fui adicionando o caldo até o arroz ficar ao ponto, ou seja ao dente, leva aproximadamente 18 minutos. Acerte o sal se precisar, pois os ingredientes já são salgados, mas é sempre bom, provar. Na última adição do caldo não deixe reduzir e coloque o parmesão incorpore e desligue o fogo aí sim coloque a manteiga mexa tampe a panela e leve para a mesa.

domingo, 6 de junho de 2010

Ervas aromáticas...

Adoro temperos! As ervas frescas dão aroma e sabor conferindo um ar sofisticado ao trivial. Resolvi plantar algumas ervas no quintal e foi muito fácil, meus vasos estão tinindo de viço, hoje de manhã podei o tomilho e coloquei uns ramos para desidratar. Minha cozinha está cheirando tomilho, sálvia, hortelã, manjericão, os molhos e carnes exalam perfumes porque, além das ervas, o limão virou a bola da vez no meu cardápio. No super pilão de pedra coloco alho, sal grosso, azeite, raspas de limão macero bem, acrescento o suco do limão e uso como marinada de carne ou frango. Deixo a carne na geladira, por uma noite, com os temperos, o bagaço do limão espremido e um molho de tomilho ou outra erva dentro de um saco de plástico tipo a Nigella. Minha mãe ficou uns dias em casa e assumiu a cozinha, fato que me agradou muito e acabei por engordar 2 kg. Mas valeu a pena, comida e presença de mãe não tem preço, nem quilos. Ela fez polenta para os netos e sempre que fazemos polenta sobra um monte fria na geladeira e a primeira coisa que vem a cabeça é fritar ou acaba no lixo. Como estou cortando as calorias fiz assadas com azeite, alho com casca (esmurrado), folhas de sálvia frescas e após tirar do forno joguei uma pitada de sal grosso socado com pimeta do reino só para dar um ar de tira gosto. Ficou estalando de crocante e um sabor... A dica é usar o forno bem quente e fique relax porque demora, mais ou menos uma hora, dependendo do forno.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Louise Bourgeois...

A artista plástica franco-americana Louise Bourgeois morreu aos 98, ontem, segunda-feira (31) em um hospital em Nova York. Louise era conhecida por seus trabalhos abstratos e surrealistas, mas ganhou fama tardiamente, aos 70 anos, depois que o Museu de Arte Moderna de Nova York apresentou uma retrospectiva da carreira dela. Em 96, a Bienal de São Paulo mostrou uma de suas aranhas de bronze, com mais de nove metros de altura, hoje exposta no Parque do Ibirapuera. Eu tiver o prazer de ver essa bienal e fiquei realmente impressionada com a genialidade dessa mulher, na época com mais de 80 anos. Louise Bourgeois participou de diferentes correntes artísticas, primeiro nos Estados Unidos, sob a influência do surrealismo, e a partir dos anos 1960 da escultura em metal, realizando grandes instalações para tratar de sexualidade, família e sociedade. Suas representações da maternidade sob a forma de aranhas são algumas de suas obras características. Segundo Paulo Herkenhoff “No confronto permanente entre pulsões de morte, angústia, medo e as pulsões da vida, a obra de Louise Bourgeois é uma dolorosa e triunfante afirmação da existência iluminada pela libido e caminha pela territorialização de imensidões. São assim o corpo, a casa, a cidade e o desejo. Depois de Bourgeois, o universo da arte já não será de mulheres no mundo dos homens, nem têm de falar aí a linguagem dos homens, mas tornar presente seu próprio desejo”. Sou fã ardorosa das grandes mulheres, ou seja, daquelas que fazem a diferença. Meu adeus a grande dama da arte contemporânea.